Queria eu, pobre gota d'água, ser bomba d'água. Ser tempestade, vestir raios, criar trovões, dar gritos que provém do interior de cada alma. Queria eu, gota d'água, fazer mil correntes e enxurradas, pra me livrar de de rancor, de incêndio. E poderiam subir fumaças, que por mais negras que fossem, não encostariam em minha integridade de tempestade. Tempestade escura, de sentimentos fortes, de força, de superação de dor.
Agora sente-se, meu querido, pois falarei a breve verdade: Estou com medo de estar me entregando demais aos amores e emoções e eu não ter o que realmente o que meu anjo sem asas acha que tenho, e assim, acabaria o amor, a flor, o sonho. Tudo seria diminuído em cinzas inexistentes, por falta de força.
E meio que eu já estou me entregando, mesmo pequeno. Está muito confuso. Porque eu quero e não quero. Além de não conseguir decidir, eu simplesmente não sei.
E meio que eu já estou me entregando, mesmo pequeno. Está muito confuso. Porque eu quero e não quero. Além de não conseguir decidir, eu simplesmente não sei.
Eu não aguento mais uma queda no romance. Eu só sou chuva rala. Eu vou sumir em mais um incêndio. Incêndio forte que dá no coração, pois a cada decepção um fogo que queima de invade, me toma. Vai subir tanta coisa ruim, tanta fumaça. Sou chuva rala, vou voltar à minha nuvem sujo, destruído. Minha identidade acabará e quem vou ser? Poxa. Estarei com tanto peso impregnado, tanto rancor, tanta coisa densa. Quem vai me ver sem lágrimas?
Sou chuva rala. Sou chuva fraca, Sou chuvisco. Mas sou de boa intenção. Sou só água. Um pouquinho só. Sou pouca grandeza, sem muita coragem.
O jeito é se entregar ao amor e esperar que o incêndio seja só uma breve ilusão. Um pesadelo que não vai nem chegar.