terça-feira, 12 de abril de 2011

bomba d'água.

Um bom menino sempre escolhe pelo o caminho do coração. Não sou bom, quem me dirá menino. Sou homem, sou ponta de montanha, sou fogos de artifício, sou gota d'água. Não tem lógica quando o amor ultrapassa a razão, sabe? Você se sente tão pequeno, até que na mão do Pequeno Polegar você acaba se encaixando. Você sente vontade de pegar todo este amor por aquela pessoa e explodi-lo, fazendo lindas cores e chamas ao ar, para que todos pudessem admirar. Até quem sabe, segurá-lo, viajá-lo, sentí-lo e soltá-lo da ponta da montanha mais alta,  da colina mais singela, dando assim a ti o aval que tanto sonhou. Poderia juntá-lo, amassá-lo, esquentá-lo,, jurá-lo, colocar tudo em uma nuvem e mandar descer a água do céu, uma corrente de lágrimas verdadeiras, para acabar com qualquer incêndio de sofrimento, de perda, de dor, de maldade, de injustiça.
Queria eu, pobre gota d'água, ser bomba d'água. Ser tempestade, vestir raios, criar trovões, dar gritos que provém do interior de cada alma. Queria eu, gota d'água, fazer mil correntes e enxurradas, pra me livrar de de rancor, de incêndio. E poderiam subir  fumaças, que por mais negras que fossem, não encostariam em minha integridade de tempestade. Tempestade escura, de sentimentos fortes, de força, de superação de dor.
Agora sente-se, meu querido, pois falarei a breve verdade: Estou com medo de estar me entregando demais aos amores e emoções e eu não ter o que realmente o que meu anjo sem asas acha que tenho, e assim, acabaria o amor, a flor, o sonho. Tudo seria diminuído em cinzas inexistentes, por falta de força.
 E meio que eu já estou me entregando, mesmo pequeno. Está muito confuso. Porque eu quero e não quero. Além de não conseguir decidir, eu simplesmente não sei.
Eu não aguento mais uma queda no romance. Eu só sou chuva rala. Eu vou sumir em mais um incêndio. Incêndio forte que dá no coração, pois a cada decepção um fogo que queima de invade, me toma. Vai subir tanta coisa ruim, tanta fumaça. Sou chuva rala, vou voltar à minha nuvem sujo, destruído. Minha identidade acabará e quem vou ser? Poxa. Estarei com tanto peso impregnado, tanto rancor, tanta coisa densa. Quem vai me ver sem lágrimas?
Sou chuva rala. Sou chuva fraca, Sou chuvisco. Mas sou de boa intenção. Sou só água. Um pouquinho só. Sou pouca grandeza, sem muita coragem.
O jeito é se entregar ao amor e esperar que o incêndio seja só uma breve ilusão. Um pesadelo que não vai nem chegar.

Um comentário:

  1. Migs, esse novo texto me fez recordar de tantas canções da Ana... Uma Louca Tempestade, Quem de Nós Dois, Pra Rua Me Levar, É Mágoa... E todas tão fortes com suas mensagens. Forte também é "bomba d'água". Muito. Principalmente se tudo que está escrito aí em cima tiver vindo do seu coração. Veio? Você pode até achar besteira, bobagem, mas você não sabe o que está perdendo por não escrever mais e divulgar mais o que produz. Sério! Onde vemos jovens como você? Eu poderia até falar que a sua escrita é parecida com a de Clarice Lispector (Por quem eu tenho uma imensa admiração e repugnancia ao mesmo tempo, paradoxal.)O que você escreve tem qualidade. E nem pense que é bajulação de amigo, pois não é. É talento que você tem. Um poeta em descoberta. E não se esqueça, o Amor Verdadeiro é o melhor caminho a ser trilhado.

    ResponderExcluir