terça-feira, 26 de julho de 2011

fotografia.

Confesso que acho tão belo todos aqueles que podem dizer que superam grandes dores por pouco tempo. Que conseguem ficar estáveis ao ouvir aquela música com letras amargas que te lembra bons momentos com aquela pessoa amada ou de letra doce, lembrando estações da vida onde você poderia passar uma tarde de outono em brisa, vendo o tempo passar e pensar em quem estima. Penso várias vezes qual a fórmula de tanta força para conseguir passar por cima de atos desumanos e de valor negativo, pejorativo. Peço pra qualquer um e qualquer coisa que eu consiga um dia descobrir o porque que a tristeza mostra-se mais fácil e de melhor vitória por ter que enfrentá-la sozinho.
Tem horas que não dá pra esconder no olhar, eu sou fácil de ler, basta querer. Me olho no espelho e vejo uma imagem ímpar à de todos. Vejo várias linhas luminosas que ficam mais claras ou escuras dependendo do meu humor, dias nem as vejo, por tão negro que estou por dentro. Mesmo tal poder de percepção de tal imagem seja limitado a mim, posso assegurar que sou mais simples de entender do que uma figura. Sou uma fotografia. Basta me olhar artisticamente, basta decifrar um sorriso verdadeiro.
Só acredito que vai ficar tudo bem. Tenho fé em qualquer coisa, crença por quase nada, desconfiança de absolutamente tudo. Sempre tenho um plano B, por mais que eu não consiga colocá-lo em prática. E não vou entender nunca porque é tão difícil achar alguém que me faça feliz e tão fácil encontrar os que me fazem tristes. Porque é tão fácil perder um alguém pra sempre e tão difícil valorizar e dar tempo ao amor. Porque é tão indecifrável o segredo de todos que conseguem não se por no meu lugar, nem ler a fotografia do meu olhar.

sábado, 23 de julho de 2011

poeira.

Não preciso de muito, não sou fã de nada e definitivamente acredito que não sei amar. Também pudera, só quero que quando saia apague a luz da sala, pois esta é forte e me faz mal. Me faz lembrar de que odeio toda esta fome desacerbada pelo sucesso sem conteúdo e pelos holofotes práticos. Penso muito em mim, e posso beijar-os-ombros de orgulho pelos meus maiores erros, que por conta da baixa dose de humildade em meu sangue, mostram-se a mim como objetivos acertos.
Pena é algo que não me pertence, e é meio além da comparação engraçadinha e vazia com as aves. Costumo sentir por aqueles que vejo abaixo dos meus pés e dignidade com indiferença. Não me importo com aqueles que não valem nada ou pouco somam e infelizmente morro por todos aqueles que considero. Consideração é algo que vai embora com qualquer tipo de traição, coisa que não suporto. Aqueles que eu pinto o rosto e aperto as mãos, são meus irmãos e eu não posso cogitar a ideia de traição e perdão, consecutivamente. Mesmo que pense que estes são parte de minha vida e são de amor muito extenso.
Sou homem grande, mas de perfil portátil. Tenho mil e uma utilidades com um humor imutável, cheio de sorrisos e risos espontâneos e de lágrimas sofridas e dramáticas por qualquer plano falhado. Desabo mundos e construo muros de sonhos por poucas coisas. Talvez eu aprenda a querer vencer, ser fã de quem é realmente bom e amar. Assim, consigo apostar que qualquer dia deste o amor da minha vida aparecerá em vestes brancas, me dará um abraço, dizendo que está tudo bem. Não importa tua forma, não importa tua aparência ou tamanho, eu sei que ele virá e saberei reconhecê-lo. Ou talvez ele esteja tão perto (ou longe) e eu ainda não tenha descoberto. Mesmo conseguindo ver vários flashs em minha mente de cenas cotidianas, como chegar em casa molhados depois da chuva fria e uma hora quente de amor com direito até de roupas rasgadas pelo calor da emoção. Penso que um dia ainda me darei bem, pois sou poeira que o vento não levou, sou caminho que só o amor pisou e estou nesta caminhada.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

jar of hearts.

Ah, como seria fácil escrever só um refrão. Inspirado na lenda do pote de corações, que todas as emoções dos apaixonados perdidos estivessem resumidas e respondidas. E como é desejado por mim, pescador que usa rede antiga, sandálias e bermuda mal cortada, que ele englobasse todo o mar existente em nossa volta. Somos feitos de carne, de ossos e de sonhos. Somos feitos de vontade e essência. Nossos planos, nossas vidas, nossos caminhos desenhados ali, num refrãozinho que seria cantado por um perdido marinheiro num canto costeiro de qualquer ilha presente lá pro lado do Caribe, onde tem Sol (o mesmo que queima a minha pele e a doura, dando-me um ar de guerreiro) e chuva de amores o ano inteiro e a areia é branca como o vestido da noiva que espera por mim no altar, na minha profunda 'oníricidade'.
Ah, como seria honroso, escrever poucas linhas. Mas o mar que falo, se enquadraria num refrão só. De três lindos e pequenos versos, que ao chegar nos ouvidos das donzelas, as fizessem seduzidas e que afogasse-as num mar de desejos de um mundo de amor e carinho, ao lado do seu príncipe encantado. De um mar encantado, igual a história da Pequena Sereia, onde peixes coloridos, crustáceos falantes, o bem, o mal e seres místicos estivessem misturados. Onde os beijos e canções impossíveis fossem realidade e acontecessem na velocidade da luz, mas com ar de eternos. Um refrão pequeno de tamanho e grande de conteúdo, que possuísse um mar de lutas, um mar vermelho, um mar que fosse feito de lágrimas de dor, sofrimento, alegria e harmonia.
Ah, seria tão prazeroso. Um refrão que representa um mar de boas vibrações. De bons ventos, de boas navegações e de pequenos navios repletos de piratas bêbados em barris de rum. Um mar de luxúria. De mordidas apaixonadas e beijos ardentes. Do toque dos amantes proibidos, do chegar por trás, da surpresa mais carnal. Dos arranhões esperados, do calor no convés, da dança colada na proa. Um mar de esperanças. Da espera de um cais de porto, de terra firme. De olhos brilhantes e pernas bambas. De sorrisos que tivessem mais luz que o Sol. Que tivesse próximo de garotos de areia que achassem garrafas com mensagens de perseverança. E ah, como eu queria estar navegando em um mar destes, igual ao do meu refrão. Eu só procuraria o meu pote de corações para achar as respostas de um amor tão impossível. Pote este que eu acabaria com toda a angústia e dor que está presente em meu peito, toda a ansiedade por um abraço, todo o desejo por um beijo. Um pote pequeno de tamanho e grande de conteúdo, igual ao meu refrão.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

pretending.

E como dizia aquele velho ditado. Rosto a rosto, coração a coração. Sinto que estamos cada vez mais perto e ao mesmo tempo tão distantes. Perto de alegrias, de sentimento, de tempo que tem passado. Distantes de espaço, de ajuda, de tempo que tem ficado. Não é que eu gosto menos de você ou que nossa relação de amor, confiança e amizade tenha esfriado. É que simplesmente eu não vejo mais o Sol brilhar tão forte como dois anos atrás, e juro, não é culpa minha. Toda vez que me sinto verdadeiramente livre e que saio de um velho paradigma, entro automaticamente em outro círculo, cada vez mais forte de ser quebrado. Me sinto cercado, fraco, sozinho e com frio. Vou entrando em tocas de tantos coelhos e adentrados cada vez mais países não tão maravilhosos como os da Alice. E de vez de ser um sonho lindo e louco, tudo se torna um pesadelo, tão real, tão difícil de acordar.
Não que eu esteja culpando os meus problemas e falhas pela distância invisível que sabemos que existe entre nós, até porque eu sei que se eu tivesse um pouco mais de determinação, estaria tudo tranqüilo. Mas sou fraco, tenho que admitir. Poderia sim, mostrar tudo tão perfeito para você, e dizer (fingir) que está tudo bem. Mas sou só um pobre coração arrasado e jogado ao chão que pede uma mão estendida para levantar. Conto toda a verdade e quero ajuda. Engulo um orgulho que nunca tive e fico de braços abertos esperando um abraço que nunca foi dado. Então só fecho os olhos e me afasto cada vez mais, por não estar bem. Mas mesmo assim me agarro em sentimentos e cordas inexistentes para continuar forte. E acredito sem duvidar em nada que ainda pertencemos um ao outro. E mesmo assim me sinto mal, por não saber tudo constantemente sobre o que passa em teu coração.
E vem tudo rápido, sem perguntar. Dúvidas e perguntas se misturam em um coração manso e um coração apertado. Será que um dia vamos falar tudo o que realmente o que estamos sentindo um? O que sentimos um pelo outro? Derrubar todas as paredes e dificuldades da distância? Será que vou criar coragem e tomar um passo a frente, e parar de fingir? Será que vamos conseguir se sair do fundo, de não estar por baixo? E sobre os finais felizes das histórias de amor? Teremos o nosso final feliz? O abraço de irmãos, o beijo enquanto há chuva, as mãos dadas para aquecer o frio? E as canções do BarlowGirl em acústicos? E os apelidos de morangos e conduítes? E as conversas de botas batidas? Nossos pães de mel, serão degustados juntos? E um trilhão de dúvidas.
E temos fé. Veja você, aonde o nosso barco foi desaguar. E a gente só queria um amor. Deus às vezes parece esquecer. Perdemos o nosso tempo fantasiando. Fazendo de conta de que sou completo e vivo. Imaginando que sou boemm o suficiente sozinho. Mesmo sabendo que não é bem assim. Guardando os segredos com chaves de cristal que se quebram tão facilmente. E cada movimento que fazemos parece que muda algo, atinge alguém de nós. E a gente só queria um lugar seguro, que só nós conhecemos, para estar. E pareço tão confuso quanto este texto.
Mas este é só o começo do fim de nossa vida. Vou deixar chegar o sonho. A realização. Prepara uma avenida, que a gente vai passar. Abra a janela agora, e deixa o Sol que veja. É só lembrar que meu amor é tão maior e que estamos a sós no céu de nossos pensamentos. É só abrir as cortinas pra mim, que não me escondo de ninguém. O amor vai desvendar o nosso lugar. Pois ele estará de bem. Diz, o que é maior que o amor? Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora. Vem, vamos além! Vão dizer que os sonhos são passageiros. Como a vida. E nem vão ver nossa estrela cair.
E sabe aquele abraço que te prometi hoje? Você não perde por esperar.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

taking chances.

Nos últimos tempos e nos que virão, eu tenho só uma certeza: continuarei seguindo o meu caminho pela moça bonita de sorriso acanhado.
Não sei tudo sobre o seu mundo, e nem tento, pois é impossível. Mas foi ela que não me deixou só esta noite, neste mundo. A moça de que eu falo, é aquela que faz promessa para não cortar o cabelo, que me escreve as cartas mais bonitas e que me dá os abraços invisíveis mais fortes. Aquela que gosta de rock alternativo, que sabe fazer origamis fofos, que tem o astral mais cativante do universo e que está na minha mente em todas as horas imagináveis do relógio. O anjo que nunca me deixou sozinho, que eu ouço como se fosse uma oração, que me faz achar que isso não é rápido, mas sim necessário. A moça que me faz confiar todos os meus segredos, que faz eu não ter medo de correr riscos, que faz eu me lançar de cabeça sem nem saber da existência de um chão firme lá embaixo. Aquela que me coloca num veleiro em busca de meu ser mais infinito, que eu conto os milésimos restantes para eu a ver. Aquela que eu choro toda vez que me olho no espelho e me acho feio, que me livra dos sentimentos ruins quando não me acham agradável, que acha meus familiares hipócritas e anula todos os mal ditos feitos. Aquela que não aposta as suas fichas nela por preferir apostá-las em mim, que tem uma irmã que me acha um ótimo namorado, que me dá a mão pra segurar ao inferno enfrentar. A companheira de mãos grandes e brancas, que sente que os pés são cubos de gelos e está num frio externo e interno com ar de intermináveis. A moça que me faz sempre querer começar denovo, que me acolhe em algum lugar debaixo de tua pele, me amarrando em teu corpo e me fazendo sentir o calor mais confortável do mundo. Aquela que firma minhas correntes, joga minhas âncoras nos sonhos mais absurdos, que se mostra como um palco de um grande teatro da Broadway.
Aquela que me conhece profundamente, conhece meu mundo, que fala comigo como bons amantes falam, que anda do meu lado como os melhores amantes andam. Que eu sinto estar aqui todo o tempo. E com ela eu me sinto forte. Assim como o teor de sentimento que tem minhas lágrimas, que caem enquanto eu escrevo esta declaração. JR

domingo, 29 de maio de 2011

i feel pretty/unpretty.

Eu sou brilhante. Sou brilhante como uma estrela. Daquelas que tem uma luz esverdeada que ilumina o coração dos que mais sofrem. Eu me sinto lindo quando estou bem, quando estou com pessoas amadas, quando estou rindo, quando saio do banho e quando chego no ponto de ônibus. Acho-me bonito até quando o dia estar para se pôr, pois sempre acabo tirando um sorriso cansado, porém sincero, de alguém. Isso me faz o mais bonito de todos. Como o rei do baile, o garoto descolado que possuí uma moto no colegial, o bonitão que toca mais de cinco instrumentos. Me sinto interessante quando alguém faz os olhos brilharem perto de mim, quando elogiam minha forma de pensar, quando consigo cantar em italiano. Me sinto tão único e original em frente ao espelho, nos momentos em que penteio meus cabelos, toda vez que coloco minhas roupas prediletas. Eu me sinto brilhante. Queria poder dizer isso com toda certeza quanto parece. Queria chegar em frente ao espelho e, ao ver meu reflexo, falar as palavras acima e realmente acreditar.
Toda vez que ando por aí, me sinto mal. E quando eu passo e olham com deboche, é como se estivessem cravando estacas de prata em mim, absorvendo todas as minhas felicidades e energia, e assim, sem dúvida, acabando com o meu dia. Me sinto bonito até ver vocês. Gostaria mesmo de amarrá-los em minha pele, só pra vocês sentirem o que eu sinto, feio também. Mesmo dizendo que sou bonito vez ou outra, eu simplesmente não levo fé, pois isso não significa nada para vocês. Quando vocês se olham podem dizer que são verdadeiramente bonitos, mas eu... Quem está lá? Vejo cabelos lisos, narizes pequenos, corpos bonitos. Por fora tudo parece bem, mas por dentro está tudo muito escuro. Todas as vezes que acho que estou pelo meio, é porque vocês estão por perto. E me faz me sentir mal, de verdade. É por sua culpa. Já tentei de diferentes maneiras. Sei que todos os dias são bons, mas de repente tudo fica tão pesado, fica difícil respirar. Fico inseguro em minhas dores, sinto-me envergonhado com tudo isso.
Queria poder ouvir as palavras da Aguilera e conseguir digeri-las. E acreditar que sou bonito, e não importa o que os outros acham. Dizer pra mim que palavras e olhares não me importam, e que serei sempre lindo de todas as maneiras. Realmente achar que opiniões não me abalam e convencer vocês todos a pararem de fazer isso. Crer que não importa o que eu faça, não importa o que eu diga, eu sempre serei a canção dentro de uma melodia. E que não importa, mesmo, onde eu for. Pois o Sol sempre brilhará para mim, e eu brilharei com ele. E que um dia, acordarei de um outro lado. O lado de vocês. E quem sabe um dia possa ser algo bem melhor do que teus reflexos.

terça-feira, 12 de abril de 2011

bomba d'água.

Um bom menino sempre escolhe pelo o caminho do coração. Não sou bom, quem me dirá menino. Sou homem, sou ponta de montanha, sou fogos de artifício, sou gota d'água. Não tem lógica quando o amor ultrapassa a razão, sabe? Você se sente tão pequeno, até que na mão do Pequeno Polegar você acaba se encaixando. Você sente vontade de pegar todo este amor por aquela pessoa e explodi-lo, fazendo lindas cores e chamas ao ar, para que todos pudessem admirar. Até quem sabe, segurá-lo, viajá-lo, sentí-lo e soltá-lo da ponta da montanha mais alta,  da colina mais singela, dando assim a ti o aval que tanto sonhou. Poderia juntá-lo, amassá-lo, esquentá-lo,, jurá-lo, colocar tudo em uma nuvem e mandar descer a água do céu, uma corrente de lágrimas verdadeiras, para acabar com qualquer incêndio de sofrimento, de perda, de dor, de maldade, de injustiça.
Queria eu, pobre gota d'água, ser bomba d'água. Ser tempestade, vestir raios, criar trovões, dar gritos que provém do interior de cada alma. Queria eu, gota d'água, fazer mil correntes e enxurradas, pra me livrar de de rancor, de incêndio. E poderiam subir  fumaças, que por mais negras que fossem, não encostariam em minha integridade de tempestade. Tempestade escura, de sentimentos fortes, de força, de superação de dor.
Agora sente-se, meu querido, pois falarei a breve verdade: Estou com medo de estar me entregando demais aos amores e emoções e eu não ter o que realmente o que meu anjo sem asas acha que tenho, e assim, acabaria o amor, a flor, o sonho. Tudo seria diminuído em cinzas inexistentes, por falta de força.
 E meio que eu já estou me entregando, mesmo pequeno. Está muito confuso. Porque eu quero e não quero. Além de não conseguir decidir, eu simplesmente não sei.
Eu não aguento mais uma queda no romance. Eu só sou chuva rala. Eu vou sumir em mais um incêndio. Incêndio forte que dá no coração, pois a cada decepção um fogo que queima de invade, me toma. Vai subir tanta coisa ruim, tanta fumaça. Sou chuva rala, vou voltar à minha nuvem sujo, destruído. Minha identidade acabará e quem vou ser? Poxa. Estarei com tanto peso impregnado, tanto rancor, tanta coisa densa. Quem vai me ver sem lágrimas?
Sou chuva rala. Sou chuva fraca, Sou chuvisco. Mas sou de boa intenção. Sou só água. Um pouquinho só. Sou pouca grandeza, sem muita coragem.
O jeito é se entregar ao amor e esperar que o incêndio seja só uma breve ilusão. Um pesadelo que não vai nem chegar.